Em janeiro deste ano, o Presidente Lula sancionou a Lei 14.790/2023 que regulamenta as apostas esportivas on-line, mais conhecidas como Bets. Com a nova lei chegam diversas responsabilidades a essas empresas, como a presença em território nacional, cumprimento de requisitos técnicos e de segurança cibernética, atendimento aos apostadores e ouvidoria, prevenção a lavagem de dinheiro, entre outras.
Segundo um relatório da XP, divulgado também em janeiro desse ano, acredita-se que o mercado de apostas esportivas esteja movimentando R$ 100 bilhões no Brasil anualmente, e além disso, teriam faturado R$ 13 bilhões somente no último ano.
Com todo esse faturamento e a necessidade de se adequarem as leis do país, as casas de aposta despertam interesse de empresas de tecnologia. “A regulamentação vem justamente para fazer o controle, e a governança de todo esse volume de dinheiro e volume de pessoas interessadas em apostar.”, afirma Danilo Barsotti, CTO da idwall.
Segundo Danilo, o processo de validação exigido para as Bets se assemelha muito ao do já existente nos bancos. Como exemplo, o especialista fala a respeito da necessidade da validação geográfica, que nos bancos é muito utilizado para a prevenção de fraudes evitando que determinado usuário utilize o app em uma distância considerada impossível. Além diso, outra validação que será exigida, também mencionada pelo executivo, é com relação a biometria facial e a sua verificação tanto para trocas de senha como para movimentações de depósitos e saques.
“Já temos feito trabalhamos como descobrir se um apostador tem alguma relação com o time de futebol, juiz ou membro do time, que possa influenciar no descumprimento da nova lei. E essa verificação o corre de forma automática.”, comenta. “A idwall pretende entrar nesse mercado com todas as validações que a gente já tem em nosso portfólio, geolocalização, cerca virtual, duplo fator de autenticação, identificação de contas laranjas, entre outras.”, finaliza.
Outra empresa que viu uma boa oportunidade nesse mercado foi a ClearSale, que recentemente lançou o “Passaporte do Apostador”, uma plataforma de gerenciamento de contas de apostadores para adequação à regulamentação do mercado de Bets.
“Com a regulamentação o mercado já começa a viver uma separação entre quais são aquelas empresas que de fato são sérias, que querem querem trabalhar dentro dessas quatro linhas, seguindo todas essas regulamentações e aquelas que não estarão dispostas”, afirma Lucas de Paula Lima, Head de new ventures da Clear Sale.
Segundo Lucas, ele acredita que como resultado de todo esse processo, no Brasil devam permanecer não mais que 200 casas de apostas, cerca de 10% do número que havia anteriormente a regulamentação.
“Os próximos seis meses serão cruciais para que o mercado de apostas se adeque aos objetivos da regulamentação de forma responsável, mas é um processo que exige cautela. A nossa intenção é apoiar o setor e contribuir para que essa transição seja feita de maneira correta e eficaz, garantindo conformidade com os requisitos técnicos e de segurança exigidos”, comenta o executivo.
O foco do novo produto da empresa é assegurar que somente pessoas sérias e conscientes, com intenções legítimas, acessem as plataformas de apostas. A autenticação é válida em todos os ambientes integrados com a solução da companhia e combina múltiplos fatores, como biometria facial, device fingerprint e compliance de geolocalização para evitar golpes de identidade, reduzindo as tentativas de fraude. Com ela, será possível unificar e validar identidades de apostadores para operadoras de apostas, apoiada pelo banco de dados da companhia, que cobre mais de 98% dos CPFs no ambiente digital brasileiro.